A falta de uma cultura de caça esportiva no Brasil, teve inicio em 1967 – Lei 5.197/67. Essa ordem imposta ilustra a desconexão dos burocratas brasilienses com a realidade dos brasileiros. Com uma canetada (insegurança jurídica), não só proíbe-se a caça no Brasil e condena a fauna e a flora ao esquecimento. Que só é lembrada quando ocorre uma grande catástrofe ou degradação ambiental, que quase sempre se encontra em situação irreversível.
Como sempre tem que encontrar um culpado, acaba sendo um pescador ribeirinho cuja pesca garante seu sustento ou algum produtor rural mau orientado defendendo seu rebanho. Por incrível que parece essa lei totalitária, condena a fauna, flora a destruição e degradação, violando o direito a propriedade e porque não dizer a liberdade. Promove um distanciamento entre homem e natureza, o esquecimento da cultura e tradições rurais e da caça.

Vai influenciar também o mundo acadêmico o distanciamento e o esquecimento quanto a nossa fauna e flora silvestres. Praticamente não há pesquisas nas Universidade Brasileiras sobre as populações da fauna brasileira. Vencem os políticos e perdem os cidadãos, fauna e flora. Esses políticos que vivem no país das maravilhas de Brasília são imunes aos malefícios deste autoritarismo que causa um impacto enorme em um município ou região estadual. Um burocrata em Brasília dificilmente sofrerá as consequências diretas de uma lei promulgada que afeta o Acre.
Já o prefeito, ou um vereador, está muito mais exposto às consequências positivas (ou negativas) de suas decisões. Um dos motivos para a classe política ser extremamente contra as idéias pregadas pelo governo Bolsonaro que quer um sistema político mais federalista, isso quer dizer um risco enorme para os péssimos políticos.
Pois em um sistema assim políticos ruins não estarão imunes a suas ações.
Proibir a caça é apropriar-se de toda a fauna silvestre em território nacional é uma intervenção autoritária, violação da propriedade e liberdade. O inverso também seria extremamente catastrófico liberar a caça em todo o território nacional. O ideal seria ouvir os indivíduos e as comunidades que convivem com a fauna e flora (quem melhor que caçadores esportivos?), para uma melhor adaptação das leis. Gerando, diversos modelos de governança que podem ser testados localmente e replicados em outros municípios . Logo, o ideal seria o município decidir sobre a proibição ou a legalização da caça, não a um burocrata em Brasília.
Entende-se que muitos dos cidadãos que vivem nas grandes cidades têm uma visão culturalmente negativa frente à caça. Parecer não ver a degradação dos rios que cortam essas grandes cidades o incrível volume de lixo gerado, poluição atmosférica, sonora…etc. E devem acreditar que toda proteína animal consumida, já vem conveniente separada e embalada pronta para consumo. Não era uma vaca, um boi, carneiro, galinha, peixe…etc. Que estavam vivos, respirando, coração pulsando e foram todos abatidos em
um enorme processo industrial.

Neste ponto é que faz a diferença um caçador esportivo ético, que segue as regras, principalmente o da perseguição justa. Onde o animal caçado tem enorme chance de escape. Pois sabe o “peso”de um abate. Visto que graças a nossa produção agropecuária nossa segurança alimentar esta assegurada. O bom caçador é aquele que gosta e respeita suas presas. Que esta constantemente em contato com flora e fauna. São os primeiros e notarem qualquer tipo de alteração. Entende que o futuro da caça, depende da preservação do habitat e das gerações da fauna local.
Então para mim causa asco histórias e relatos, quase sempre filmados e ou fotografados, postados em redes sociais de um “bando” que se intitula e por incrível que pareça tem CR de caçador esportivo, mas na verdade são exterminadores. Saem pelo campo atirando e matando tudo que esta ao seu alcance, quase sempre utilizando veículos em perseguição. Deixando um rastro de carcaças abatidas sem razão alguma apodrecendo; Não deveriam nunca ter acesso a armas.
Vamos aos fatos, que atestam o compromisso de preservação e conservação, das regras internacionais de caça. O escritor, caçador e Ph. D. pela Baylor University. Jordan Sillars. Afirma: “Há mais de 100 anos, a caça; sim, a caça!; ajuda a preservar as aves nos EUA porque caçadores se unem para evitar que as espécies que amam desapareçam“. Como prova apresenta os seguintes dados:
Universidade de Cornell, estudo conduzido por Ken Rosenberg, desde a década de 1970 a população de aves da América do Norte diminuiu em 3 bilhões (das aves não caçadas esportivamente), ou 30%. As populações de perus e perdizes aumentaram em mais de 20%, e as de patos e gansos em mais de 50% (aves caçadas esportivamente). Como uma explicação para este sucesso na preservação promovida pela caça esportiva, não é simples. Depende de vários fatores:
1°) Pressão sobre os animais caçados: Teoria da evolução, “adaptas ou morreras”. A caça esportiva força os animais caçados “evoluírem”sendo mais adaptados.
2°) Um grande numero de caçadores esportivos, que sempre estão em contato direto com o habitat. Sendo os primeiros a alertarem sobre qualquer alteração ou problemas.
“À medida que nos tornamos mais urbanos, perdemos a conexão com as regiões rurais e com a ética da terra”
3°) Criação por parte dos caçadores esportivos de reservas de segurança onde asseguram manutenção de matrizes e reprodutores,bem como corredores seguros para migração e deslocamento da fauna. Como exemplo o Peru Selvagem é uma espécie natural do México, onde sua caça é proibida.

Mas trata-se de uma espécie considerada extinta no México. O ressurgimento da população de Perus Selvagens, vem de uma parceria entre o governo do México, com os Caçadores do Texas que em uma de suas unidades de reprodutores tem fornecido Perus Selvagens para repovoar o seu habitat natural no México.
Nota nos EUA, o Peru Selvagem é uma espécie invasora, que evoluiu e se adaptou em grande parte devido a pressão de seleção. E o fato da pura e simples proibição (canetada) não garantiu e salvou a espécie de extinção no México. A Federação Nacional de Perus Selvagens – FNPS. Por meio de parcerias com caçadores, bem como com agências estaduais e nacionais, a FNPS organizou projetos de conservação individuais para aumentar a população de perus de 1,3 milhão, na década de 1970, para 4,5 milhões em 2014. A FNPS conservou 8 milhões de hectares de terra para o habitat de perus desde que o registro teve início em 1984. (A Ducks Unlimited ajudou a preservar 5,7 milhões de hectares desde 1937).
4°) Fator econômico: Nos Estados Unidos, a caça movimenta cerca de 25 bilhões de dólares segundo dados da revista inglesa The Economist. E a arrecadação de impostos incidida sobre os caçadores, a indústria e o comércio associados à caça, é destinada à manutenção e ampliação dos chamados “refúgios naturais de vida selvagem”, de acordo com a lei americana Pitman-Robertson e Ducks Unlimited. No total, caçadores e pescadores americanos contribuem com mais de 75% dos recursos destinados a programas de conservação da vida selvagem.

No Brasil, o Estado do Rio Grande do Sul é um bom exemplo de como a caça organizada pode proteger nossas reservas naturais. No final do século XIX, os solos de várzeas do Estado totalizavam 5,3 milhões de hectares, dos quais não devem restar mais que 40%, seriamente ameaçados. O arrendamento ou aquisição dessas áreas por caçadores tem ajudado a diminuir o ritmo da devastação, tornando-se uma alternativa
econômica à agricultura para os proprietários rurais.
5°) Conhecimento das ameaças para a caça: A grande ameaça à sobrevivência da fauna silvestre não é a caça esportiva, mas caçadores que não seguem as regras da caça esportiva e a expansão das fronteiras agrícolas. A utilização de reservas naturais para a agricultura tende a destruir os habitats das espécies. Nesse cenário, a caça esportiva contribui diretamente para a proteção do meio ambiente, uma vez que representa uma alternativa de uso sustentável da natureza, gerando recursos para sua conservação. Com
o pagamento de taxas específicas durante o licenciamento do caçador e com o arrendamento de áreas naturais para essa prática o governo pode investir na proteção ao meio ambiente.
Não é à toa que em regiões com gestão ambiental rígida, como na Europa, a caça esportiva vem sendo praticada há centenas de anos, sem ameaçar a extinção das espécies. Na América do Sul, países como Chile, Uruguai e Argentina conseguiram proteger sua fauna ainda que a caça esportiva seja praticada desde a colonização. Os chamados Cotos de Caza argentinos, fazendas de caça, atraem milhares de turistas para
o país vizinho.

6°) Educação e formação de caçadores esportivos éticos, com pleno conhecimento das regras internacionais de caça, segurança com armamento, com foco na autodisciplina, respeito a terra, a propriedade, aos animais caçados. Sobretudo respeito as novas gerações de caçadores e presas.
7°) Cuidado na divulgação e respeito a presa quanto for divulgar filmes ou imagens da caçada.
E agora? Você é Caçador Esportivo ou Exterminador?
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