
Elas são de fato muito curisosas!
Quando o assunto é criança, não podemos deixar de falar em curiosidade. Não só das crianças, a curiosidade é uma característica importante do ser humano e, desde bem cedo, as crianças apresentam um desejo de conhecer e saber das coisas. Esconder objetos das crianças ou simplesmente não tratar certos assuntos, mas correr o risco de uma criança encontrar o que você omitiu/escondeu e achar que ele irá ignorar ,é algo que não podemos fazer porque com certeza ela irá mexer uma hora ou outra!

Todos fomos crianças e sabemos o quanto a curiosidade nos torna verdadeiros exploradores!
Baseado numa experiência real, esse artigo tem por intuito o orientar a fazer o que consideramos correto no que diz respeito a armas de fogo e crianças.
É sempre importante entender que ter armas de fogo em casa é uma questão de prioridade que deve ser definida pela família e não somente por uma pessoa, ou seja presumimos que seja uma decisão do casal tomar a iniciativa de ter armas e de orientar seus filhos para prosseguir essa leitura.
Mas e agora como devo fazer para orientar meus filhos?

Esse texto refere-se à crianças maiores de 4 anos de idade, pois nessa idade, embora ainda muito precoce, elas já possuem condições de erguer uma arma de fogo. Ainda assim quem deve determinar a hora certa são os pais, nós entendemos que a partir do momento que elas já tenham capacidade de pegar uma arma nas mãos e levantar, já é sinal de perigo e hora de orientar!
Não faça dessa orientação algo cansativo e prolongado, crianças não absorvem algo mujito cansativo e chato, dispersando a atenção rapidamente. Seja curto e objetivo e com toda doçura possível tente ainda sempre adentrar no lado lúdico para que ela se interessa, mas com foco no objetivo de passar a ideia da responsabilidade.
Entenda que essa abordagem visa eliminar a curiosidade da criança e não podemos acreditar que isso é suficiente para que ela nunca se coloque em risco. Há que se tabalhar muito com isso e ter atenção constantemente, sempre mantendo suas armas em lugares seguros e inacessíveis aos pequenos.
Preapare toda a situação, permitindo primeiro que a criança descubra que você possui armas, deixe ele ver a embalagem, o case ou até mesmo a arma, mas não dando ênfase em nada nesse primeiro momento e nem permitindo contato físico; somente visual. E quando ela mostrar interesse, curiosidade e pedir para ver ou perguntar sobre, protele a explicação com objetividade:
” filho(a) depois eu te explico sobre isso e o que é, prometo!“.
Após esse contato visual, estimule a curiosidade dela e perceba se a criança insiste em ver o objeto. Caso isso ocorra, prolongue por mais tempo para aumentar a curiosidade (1 dia a mais ou 2) mas não permita que caia no esquecimento.
Independente de qualquer coisa, sempre mantenha a sua arma segura e longe da criança.

Quando chegar a hora, sentem com a criança em um ambiente calmo e tranquilo, revise sua arma quantas vezes for necessário para se certificar de que está 100% segura, desmuniciada e mantenha as munições longe, não é necessário orientar uma criança com munição nesse momento; reserve para uma outra instrução.
Juntamente do seu parceiro(a) apresente então a arma de fogo à criança, ela deve primeiramente fazer contato visual em um momento onde não podemos ser lúdicos de forma alguma, é seriedade total nessa hora.
DEIXE MUITO CLARO QUE ARMAS DE FOGO SÃO OBJETOS EXTREMAMENTE PERIGOSOS e que por este motivo vocês resolveram orientar e ensinar de como fazer e reagir na presença de uma arma de fogo bem como pra que ela serve e porque você a tem em casa.
Ainda que a criança se demonstre animada, e isso é natural para ela pois é algo novo que ela quis tocar e demorou a poder fazer, haja com total seriedade e sempre enfatizando que arma de fogo não é brinquedo. Explique que com essa arma você pratica o esporte do tiro quando vai em clubes e ela também serve para proteger a casa do que você achar adequado dizer, mas sempre tratando como uma “possível ameaça”, lembrando que intuito não é tratar disso e não queremos assustar os pequenos. É importante explicar que a arma de fogo machuca muito uma pessoa quando usada para tal finalidade podendo até matar (isso dependerá da maturidade da criança).
Enquanto se segura a arma e explica isso, a criança fica cada vez mais excitada em pegar aquele objeto. Nesse momento é importante deixar ela participar.
Lembre-se
Deixe a criança fazer perguntas e responda sempre de forma clara, simples e honesta de acordo com a idade e fase de entendimento dela. Não limite a curiosidade infantil. Lembre-se que adultos não gostam quando limitam o que ele pode ou não saber e crianças não são diferentes;
Agora que já fo idada toda a orientação, permita que a criança pegue a arma (totalmente descarregada – obviamente) a ajudando nesse processo. Deixe ela ver, tocar, mexer como puder. Fale sobre o peso, o perigo a forma responsável de tocar na arma e etc..
Aos poucos a criança está “matando” sua curiosidade e logo começa a entender que aquilo não é engraçado, nem algo que ela deva tocar sozinha e que ainda é algo muito pesado e difícil de ela manusear.
Esse é o ponto que começa a acabar o interesse dela na arma de fogo. Depois disso, perceba se ela já “matou a curiosidade” então, ela deverá perder o interesse de imediato e partir para outra atividade, caso isso não ocorra e ainda demonstre expectativas e interesses, abra o diálogo perguntando se ela tem mais alguma dúvida, se ela quer ver ou fazer alguma coisa e vá conduzindo para o final da atividade de orientação.
Terminada a instrução, é extremamente importante os doutrinar para algumas condições, dessa forma deixe bem claro para seu(s) filho(s) que:
1- Sempre que ele quiser ver sua arma, você irá permitir, bastando que ele sempre peça à você antes;deixe bem claro que jamais você irá negar mostrar a arma novamente.
2 – Sempre que encontrar uma arma de fogo, jamais deverá tocar e imediatamente deverá comunicar um adulto de sua descoberta, afastando ainda qualquer outra criança que esteja próxima, e sendo obrigatório chamar um adulto para toamr providências.
3 – Explicar para a criança que armas de fogo são objetos extremamente perigosos, usados para o bem ou para o mal, que existem pessoas que defendem com armas enquanto existem outras que atacam, busque a sua melhor didática para falar sobre isso devido a condição da criança, no momento referente ao seu entendimento e intelecto para tal assunto. É importante que elas tenham pleno entendimento que a arma na casa dela tem finalidade esportiva e/ou defensiva.
Ao terminar, você notará que ela irá perder o interesse e partir para outra atividade. E isso acontecendo a missão foi cumprida!
Será que deu certo?

Mantenha sempre sua arma segura, e após uma semana faça um teste. Pegue sua arma totalmente descarregada, se possível até mesmo com cadeado de segurança e deixe-a sobre uma mesa ou outro móvel qualquer que a criança vá se deparar com a arma. Por exemplo, deixe a arma em cima de algum móvel que ela certamente irá se deparar e veja como será sua reação, mas fique em um outro ambiente, precisamos ver como será a reação na ausência de adultos.
A criança deverá voltar e avisar que tem uma arma de fogo lá no quarto, se isso não ocorrer, é hora de ter uma nova conversa e ficar atento. Se ocorrer, repita com um intervalo maior de tempo e logo você terá certeza que foi eficaz sua orientação, mas isso não significa que a partir desse momento, armas poderão ficar desprotegidas pela casa. Jamais!
Esse artigo já foi publicado quando nosso blog era público e tivemos muitos feedbacks positivos, na verdade após seguir essas instruções, 100% das crianças demonstraram a total perda do interesse “irresponsável” de pegar a arma de fogo para mexer sem autorização. Outras nem se interessaram mais e ainda outras pegaram gosto em praticar o tiro, daí surge a ideia de airsfots e chumbinho!

Não acaba por aí!
Com o desenvolvimento da criança, os pais notarão a tendência dela perder o desejo pelo objeto ou de desenvolver um desejo pelo objeto e com isso vem a interação dos pais que deverão saber conduzir seus filhos da melhor forma, introduzindo no esporte, dando novas orientações e sempre lidando com segurança em primeiro lugar.
Sempre que você tiver oportunidade aborde o assunto. às vezes temos oportunidades negativas e podemos as transformar em positivas. Por exemplo seu filho acabou vendo uma notícia na TV de pessoa morta por armas de fogo, foi inevitável. Então use isso para alertar e enfatizar seus ensinamentos. Sempre trate o assunto, enfatizando os riscos e a segurança que se deve ter com armas de fogo.
A curiosidade da criança não tem fim e querer omitir ao invés de orientar é o maior erro dos pais, da mesma forma que não incentivar ao esporte, caso ela goste de atirar!

Fique atento aos sinais, se seu(s) filho(s) gosta de armas, comece com nerfs e demais brinquedos que disparam objetos inofensivos, você aproveita e dê intrução para como portar uma “nerf” com dedo fora do gatilho, jamais apontando para alguém que não queira atingir, tratando a nerf como se estivesse sempre carregada, etc…
Pode parecer besteira, mas seu filho irá tratar a NERF como você trata sua arma, dessa forma ele terá a dele e poderá se limitar à isso, deixando a sua de lado. Com isso ele terá uma base para, no futuro, saber lidar com isso de forma responsável.
IMPORTANTE SABER
O CAC declara a segurança do seu acervo, isso é algo extremamente importante. Portanto poderá incorrer em ato negligente e ou imprudente. Claro que na legislação caberão outras circusntâncias em caso de uma fatalidade, onde até mmeso o perdão judicial por entender que o sofrimento do pai é tão grave que substitui a pena de reclusão
De acordo com o Código Penal vigente, se alguém causar a morte involuntária de alguém mediante, por exemplo, o disparo acidental de uma arma de fogo, será punido com pena mínima de um ano e máxima de três anos de detenção.
Claro que o juiz pode entender que a morte de um filho é motivo se sofrimento suficiente para o perdoar judicialmente:
O perdão judicial está previsto no art. 121, em seu § 5º, que assim dispõe: na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.
DECLARO, para fim de _________________________________ (concessão, revalidação de Certificado de Registro no Exército Brasileiro ou de apostilamento), na categoria pessoa Física
, que meu acervo/PCE será sempre mantido em local seguro.
Negligência, Imprudência e Imperícia
Esses três termos podem ser classificados como modalidades de culpa. É comum ouvirmos falar em negligência, imprudência e imperícia em casos de erro médico, acidentes de trânsito e principalmente em acidentes com armas de fogo, entre outros tantos.
Negligência:
Na negligência, alguém deixa de tomar uma atitude ou apresentar conduta que era esperada para a situação. Age com descuido, indiferença ou desatenção, não tomando as devidas precauções.
Imprudência:
A imprudência, por sua vez, pressupõe uma ação precipitada e sem cautela. A pessoa não deixa de fazer algo, não é uma conduta omissiva como a negligência. Na imprudência, ela age, mas toma uma atitude diversa da esperada.
Imperícia:
Para que seja configurada a imperícia é necessário constatar a inaptidão, ignorância, falta de qualificação técnica, teórica ou prática, ou ausência de conhecimentos elementares e básicos da profissão. Um médico sem habilitação em cirurgia plástica que realize uma operação e cause deformidade em alguém pode ser acusado de imperícia.
Resumindo:
1) negligência: desleixo, descuido, desatenção, menosprezo, indolência, omissão ou inobservância do dever, em realizar determinado procedimento, com as precauções necessárias;
2) imperícia: falta de técnica necessária para realização de certa atividade;
3) imprudência: falta de cautela, de cuidado, é mais que falta de atenção, é a imprevidência a cerca do mal, que se deveria prever, porém, não previu.
Ciente do acima exposto, temos de saber que em hipótese alguma podemos permitir a morte de uma criança por culpa nossa. Portanto considere sempre a segurança em primeiro lugar e jamais proceda de acordo com o instruído aqui caso o(a) seu(ua) companheiro(a) não concorde.
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